O método DRY e a eficiência no processo criativo
O mundo atual exige muito das agências criativas: os prazos são apertados, os clientes têm budgets curtos e a exigência em termos de rapidez de resposta é cada vez maior!
Neste contexto, otimizar os fluxos de trabalho e diminuir a repetição de tarefas é absolutamente essencial, não só para que as agências se mantenham competitivas e eficientes, mas também para aumentar a produtividade da equipa e libertar tempo para a verdadeira inovação e criatividade (as únicas qualidades em que nenhum ser artificial nos vai ultrapassar!).
Passar da teoria à prática pode ser desafiante e, por isso, é útil conhecer metodologias já testadas que, mesmo tendo sido criadas para outras áreas de negócio, podem ser aplicadas ao dia-a-dia de uma agência criativa. Uma dessas metodologias, que vamos explorar hoje, chama-se DRY – Don’t Repeat Yourself.
O que é o DRY?
O princípio DRY – Don’t Repeat Yourself teve origem no livro “The Pragmatic Programmer”, de David Thomas e Andrew Hunt, e aplica-se, principalmente, no desenvolvimento de software com o objetivo de remover a duplicação de lógica e otimizar os processos.
Como aplicar o DRY no processo criativo?
O princípio DRY é simples: evitar a repetição desnecessária. Se no contexto do desenvolvimento de software este método se aplica a linhas de código, no mundo do design e da criatividade a lógica é semelhante: trata-se de criar sistemas e padrões que podem ser reutilizados para diferentes clientes e projetos.
Alguns exemplos práticos:
No design gráfico e de Identidade:
- Desenvolver templates para documentos necessários nas fases iniciais do processo, como apresentação de propostas criativas ou moodboards;
- Criar um layout de Manual de Marca com os elementos essenciais de apresentação de um logótipo, que pode depois ser mais ou menos complexo, consoante o cliente;
- Agregar numa biblioteca recursos úteis partilhados pela equipa como ícones genéricos, fontes versáteis e mockups de necessidade recorrente (um bom mockup de estacionário dá sempre jeito!).
No caso dos conteúdos audiovisuais:
- Desenvolver templates e modelos de vídeo reutilizados frequentemente, como introduções, transições e finais para agilizar o processo de edição e manter uma identidade visual coerente nas várias peças de cada cliente;
- Criar e partilhar uma biblioteca organizada com músicas, efeitos sonoros e vídeos royalty-free e modelos ou presets que podem ser úteis para diferentes projetos e clientes.
No design de Interfaces:
- Organizar bibliotecas de componentes reutilizáveis, como botões, barras de navegação e cards, para garantir consistência visual e agilizar o desenvolvimento de novas interfaces;
- Criar grids para diferentes formatos / resoluções com fins específicos mas que possam ser utilizados para diferentes clientes.
No Marketing Digital:
- Desenvolver templates de social media (estes podem agilizar bastante o trabalho do dia-a-dia, já que há especificidades nas dimensões das diversas redes sociais a ter em conta), e-mail marketing e landing pages, que podem ser personalizados e reutilizados para diferentes campanhas promocionais e ajustados a diferentes clientes.
Independentemente da área de atuação, o essencial é tirar um momento para compreender e mapear qual é, normalmente, o fluxo de trabalho. Só assim podemos identificar possíveis “atalhos” e oportunidades de otimização. Em suma, é aplicar o método da “preguiça positiva”: procurar formas de fazer o mesmo trabalho de forma mais rápida e eficiente!
Com esta metodologia implementada, resta-nos mais tempo e disponibilidade mental para focar no que realmente importa: criar soluções únicas e personalizadas que correspondem às necessidades dos nossos clientes.
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Vera Oliveira
Project Manager
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