Cada elemento escolhido para uma peça gráfica tem o poder de transmitir mensagens e influenciar a percepção do público. Entre esses elementos do design, as formas desempenham um papel fundamental na forma como percebemos e reagimos aos elementos visuais e compreender sua psicologia é essencial para criar marcas e identidades memoráveis, bem como tornar a sua comunicação mais eficaz. O mesmo acontece com as cores que são escolhidas para cada projeto ou marca, tal como exploramos no artigo “O Poder da Psicologia das Cores”.
A psicologia das formas no design gráfico explora como diferentes formas podem evocar emoções, criar associações e impactar a decisão do consumidor. No entanto, o significado das formas pode diferenciar muito pelo contexto em que está inserida, por isso devemos sempre ter este factor em mente e analisar o público para o qual a comunicação é dirigida.
O círculo representa os conceitos da plenitude e do absoluto. Por parecer sempre “cheio”, simboliza o inteiro e a eternidade, pois não há início nem fim nas formas circulares, o que leva também à associação com a eternidade.
Lembram-nos de uma bola ou uma roda, e dos corpos celestiais que estão sempre em movimento, como o sol, a lua e os planetas.
Devido à sua forma arredondada e ausência de extremidades afiadas, os círculos têm uma aparência mais acolhedora e amigável. Por este motivo também são facilmente encontrados em produtos ou marcas destinadas a crianças.
A oval é uma forma semelhante ao círculo, mas por ser um pouco achatada, transmite uma maior flexibilidade. Frequentemente chamada de ovo, também é associada à fertilidade ou mesmo à saúde por ser o formato de certos comprimidos ou cápsulas.
Também dá uma sensação de movimento ainda maior do que o círculo, como por exemplo quando vemos uma bola a alta velocidade num desenho animado, ela fica ligeiramente achatada, tornando-se assim numa oval, para que o movimento seja mais exagerado.
Provavelmente a forma mais intrigante de todas, devido às sensações opostas que pode provocar. Dependendo da sua orientação, pode transmitir sensações diferentes. Muitas vezes associado ao equilíbrio e à estabilidade quando apresentado com o vértice para cima, a sensação é totalmente oposta quando virado ao contrário, transmitindo conflito e instabilidade.
Os triângulos isósceles quando utilizados num mapa, numa placa, ou mesmo num GPS, servem para indicar uma direção, com um dos vértices afastado dos outros dois, desviando o olhar na direção mais evidente. No entanto, quando apresentados em conjunto, também nos lembram de dentes afiados e de pontas de lança, provocando uma sensação de perigo, proveniente do instinto humano.
Muitas estruturas antigas, como as pirâmides, foram construídas com o intuito de se elevarem até mais perto do céu, associando assim os triângulos a uma orientação divina.
Os quadrados e retângulos são as formas geométricas mais familiares para o ser humano, visto que as usamos constantemente como blocos de construção. Como tal, associamos esta forma com estabilidade, segurança e conforto. Mesmo quando não são o foco principal do que estamos a ver, ela está a ser usada como moldura ou base, provavelmente estás a ler este artigo num ecrã retangular!
Assim como a grande maioria dos edifícios transmitem peso e solidez, também esperamos que os objetos feitos pelo homem com esta forma se mantenham firmes e providenciem segurança.
Há muitas outras formas com mais de 4 lados, mas os pentágonos, hexágonos e octógonos são os mais populares. Desde a sua aplicação em sinaléticas ou pavimentos, também é possível encontrar estas formas na natureza, como é o caso das colmeias das abelhas.
A dimensão e a complexidade destas formas também transmitem uma visão futurista e por essa razão as vemos frequentemente em marcas da indústria tecnológica, mas também na literatura e cinema de ficção científica.
No design, são formas bastante usadas em infografias, apresentações ou em puzzles, por serem objetos mais complexos, que ao mesmo tempo, quando usados em conjunto, transmitem ordem.
Partilhando algumas propriedades dos círculos e das ovais, tendem a ser caracterizadas por linhas curvas, embora sejam um pouco mais soltas e irregulares. São utilizadas no design, quando é desejado um “feel” único à comunicação.
Comunicam leveza por serem associadas com a natureza, embora não sejam geométricas e aparentem ser menos estáveis do que os círculos. Isto resulta num sentimento de liberdade, mas também de fragilidade, pois normalmente não são simétricas, dando a impressão de fluidez ou desequilíbrio, conforme sejam usadas.
Como vimos, as formas são elementos bastante versáteis na comunicação e, como tal, devemos compreender como funcionam e como são interpretadas pela mente humana para, em conjunto com outros elementos do design, captarmos a atenção do nosso público e criarmos uma relação emocional (tal como exploramos no artigo “Emotional Design: como usar as emoções a nosso favor?”.
Tudo isto exige tempo, experiência e prática para conseguir assimilar, no entanto é fundamental para transmitirmos a mensagem exata que temos em mente!
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Cada elemento que escolhemos para uma peça gráfica tem o poder de transmitir mensagens e influenciar a perceção do público.
Entre esses elementos do design, as formas desempenham um papel fundamental na forma como percebemos e reagimos aos elementos visuais.
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