Como sair de um Bloqueio Criativo?

Como sair de um Bloqueio Criativo?

Mas nem todos os bloqueios criativos são iguais e podem surgir por diferentes motivos.

Agora que entramos num novo ano, com o bandulho cheio de comida e bebida, quando regressamos ao trabalho é normal sentirmos que as ideias não surgem. Isto é aquilo a que chamamos “creative block”, bastante comum nas profissões criativas tal como escritores, músicos, designers ou artistas em geral.

 

Durante o processo de criação, a inspiração não pode ser controlada diretamente e requer que estejamos num certo estado de espírito, que nos sintamos estimulados criativamente ou focados em transmitir uma mensagem.  

 

Torna-se frustrante quando não conseguimos chegar a lado algum e isto afeta o nosso bem-estar, principalmente se o nosso trabalho é produzido a partir das ideias que temos. 

 

Mas nem todos os bloqueios criativos são iguais e podem surgir por diferentes motivos, entre os quais:

 

– Perfeccionismo ou a busca da perfeição;

– Rejeição repetida de ideias ou projetos;

– Perda de motivação ou de um propósito no trabalho;

– Morte de um ente querido ou o fim de um relacionamento;

– Ansiedade;

– Auto-crítica;

– Insegurança e “auto dúvida”;

– Dependência de substâncias para ser criativo;

– Falta de suporte financeiro;

– Excesso de trabalho (“overworking”).

 

 

Mas, felizmente, existem métodos que podemos utilizar para escapar desse bloqueio criativo sem termos de perder tempo a procrastinar e, posteriormente, sentirmo-nos culpados por isso. Em termos gerais, são eles: encontrar motivação, mudar a rotina, resolver problemas pessoais e controlar o excesso de trabalho. Vamos explicar melhor!

Encontrar Motivação

Quando pensamos demasiado sobre o trabalho que temos à frente ou então estamos mais preocupados com o deadline a cumprir do que no próximo passo a dar, precisamos de encontrar motivação. Devido a algum trabalho menos bom que tenhamos feito, ou devido ao receio de falharmos no seguinte, a falta de motivação faz com que nos sintamos “presos” e sem vontade de darmos continuidade ao que temos em mãos..

 

Por vezes, não há nada como dormir sobre o assunto, literalmente. Ou, então, fazermos algo relaxante como, por exemplo, tomar um banho. Quem nunca teve uma ideia durante o banho que atire o primeiro sabonete! Caso seja possível, cria alguma distância e tempo do trabalho e faz uma caminhada. Viajar, quer seja num carro ou num comboio, também é uma ótima alternativa!

 

Continuar a experimentar coisas novasfora da zona de conforto, e explorar técnicas com as quais não nos sintamos à vontade, pode renovar a inspiração ou até trazer novas ideias para outros projetos. Mesmo que não sejam usadas, é um bom caminho para chegarmos a algum lado.

Praticar tarefas monótonas e repetitivas, que não sejam criativas, leva-nos a divagar pelos pensamentos e, sem forçar nada, por vezes as ideias começam a fluir de forma espontânea. E, quem sabe, ainda descobres novos passatempos, como a costura, a jardinagem ou até cozinhar.

 

Outra hipótese passa por recriar trabalhos de outros artistas: caso sejas músico, faz um cover de uma banda; no caso dos escritores, contem uma história de outro autor pelas vossas próprias palavras; ou, no caso dos designers, recriem aquele cartaz com uma estética incrível de que tanto gostam. De certa forma, procurar inspiração noutras obras que nos motivem a sermos melhores e a conseguirmos fazer coisas tão boas ou até de qualidade superior.

Mudar a Rotina

O ser humano é uma criatura de hábitos e, como tal, devemos prestar atenção ao que fazemos no dia-a-dia e perceber se temos uma rotina realmente saudável. Se chegamos a casa todos os dias com os níveis de energia no mínimo, provavelmente vamos sentir-nos melhor se mudarmos alguma coisa nos nossos hábitos.

 

Devemos tentar perceber se a nossa metodologia de trabalho é a mais eficaz e se o horário de trabalho é o mais adequado, uma vez que isto varia de pessoa para pessoa. Claro que nem todos têm a possibilidade de o mudar, no entanto, podemos reservar esta altura do dia para sermos criativos.

 

Praticar exercício físico ajuda-nos, também, a manter o corpo saudável e a mente sã. Como se trata de uma tarefa em que não temos de exercitar o cérebro, mas sim a memória muscular, acabamos por pensar noutras coisas. Além disso, também liberta endorfinas, o que, regra geral, nos deixa com uma sensação mais positiva.

 

Devemos ter alguma atenção com a alimentação, certificarmo-nos que ingerimos todos os nutrientes de forma equilibrada e não saltar refeições, por mais que o dia-a-dia seja atarefado. Em caso de dúvida sobre o que comer ou quando comer, o ideal será consultar um(a) nutricionista, pois todos temos rotinas diferentes e ele(a) saberá a melhor forma de planear o nosso dia no que toca à alimentação. No mínimo, é necessário refletir sobre o que ingerimos todos os dias, porque, no final de contas, somos o que comemos!

 

Outro aspeto também importante – e muitas vezes desvalorizado – é o sono: em média, um adulto necessita de 7 a 8 horas diárias para funcionar normalmente. Dormir menos tempo pode afetar a concentração, a memória e a capacidade de tomar decisões, aumentando a probabilidade de ocorrerem falhas e acidentes. Ficar demasiado tempo na cama depois de acordar, de forma recorrente, também não é recomendado, quer a nível físico, quer ao nível da saúde mental.

Resolver Problemas Pessoais

Os problemas pessoais serão, provavelmente, o aspecto mais complexo e difícil de ultrapassar na hora de procurar a criatividade, seja por algo relacionado com a nossa própria saúde ou de alguém próximo, seja por uma grande mudança que ocorreu na nossa vida e nos deixou sem disposição. No entanto, a criatividade pode ser usada para tentarmos resolver o problema de forma a que deixe de afetar o nosso trabalho.

 

Se estamos sempre a pensar na discussão que tivemos com alguém, o que dissemos e o que deixamos por dizer, talvez seja melhor resolver a situação de uma vez por todas e tentar conversar com as pessoas envolvidas. Por vezes, um pedido de desculpas sincero ou um agradecimento são mais do que suficientes.

 

Desenhar ou escrever sobre o que sentimos, mesmo que sejam pequenos rabiscos ou frases sem sentido, também pode ser libertador. Algo que não tenha de ser partilhado com outras pessoas, mas que de certa forma sirva como escape a uma situação menos agradável.

 

Conversar com um psicólogo, com um colega de trabalho ou com um amigo pode ser uma grande ajuda. Embora muitas pessoas não se sintam confortáveis em colocar-se numa situação mais vulnerável, é algo que, ao final de algum tempo, tem um efeito positivo na nossa disposição. No fundo, deita cá para fora!

Controlar o Excesso de Trabalho

Com o excesso de trabalho, o sentimento de overwhelming provoca stress e leva-nos a pensar apenas no que temos para fazer e não em ideias novas e criativas que ajudem a encontrar uma solução para o projeto em questão.

 

Devemos fazer uma lista de prioridades com as tarefas que necessitamos de fazer versus o que realmente queremos fazer. Estabelecer uma ordem entre as diferentes coisas, tendo em conta várias circunstâncias: quanto tempo vão demorar, até quando é que têm de ser feitas e o seu grau de importância para a nossa vida ou trabalho. Caso exista algo que não seja estritamente necessário ou seja pouco relevante nos próximos tempos, não devemos ter medo de riscar da lista.

 

Nas situações em que temos possibilidade de controlar o fluxo de trabalho, podemos sempre recusar projetos durante um tempo. Somos seres humanos e não máquinas de produzir obras criativas e originais! Caso seja possível, porque não tirar um período sabático durante um ano ou apenas alguns meses, para fazer voluntariado ou aquela viagem que estamos sempre a adiar. 

 

Seja qual for a profissão em questão, de certeza que temos um amigo ou um colega de trabalho da mesma área que possa estar mais disponível para novos projetos e talvez até agradeça uma nova oportunidade de trabalho. Da mesma forma que estamos a aliviar a nossa carga de trabalho, também podemos estar a ajudar alguém: é um 2 em 1!

 

Dar o primeiro passo é, sem dúvida, o que custa mais, mas, tal como diz Shia LaBeouf, “JUST DO IT!”. Pode ser um meme, mas não deixa de ser verdade. Por vezes, o que custa é começar. Há quem diga que não precisamos de inspiração, apenas de ter vontade de trabalhar e as ideias acabam por aparecer.

O importante é aceitar o bloqueio criativo como algo perfeitamente normal e descobrirmos o que funciona connosco, no entanto, caso precises de ajuda com alguma ideia para um projeto, podes sempre contar com a BOOMER para a pôr em prática! 🙂

 

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