Black Friday 2025: o fim dos descontos loucos (e o início das marcas conscientes)

Black Friday 2025: o fim dos descontos loucos (e o início das marcas conscientes)

Falta menos de um mês para a Black Friday, aquela altura do ano em que o feed se enche de “imperdíveis”, o e-mail transborda de alertas de 50% off e a tentação de clicar “Adicionar ao carrinho” é real. Mas será que, em 2025, ainda faz sentido repetir o mesmo guião de descontos loucos?

Neste artigo d’O Raio do Blog, exploramos como o conceito da Black Friday está a mudar. Cada vez mais, as marcas estão a deixar de lado a guerra dos preços para apostar em estratégias mais conscientes, sustentáveis e autênticas. Porque o consumidor já não quer só pagar menos, quer sentir que o que compra tem valor, propósito e impacto.

 

Qual o problema com os “descontos loucos”?

Durante anos, a lógica da Black Friday foi simples: baixar o preço, criar urgência, provocar um pico de vendas. E funcionou para muitos.

Mas em 2025, este modelo mostra sinais claros de fadiga:

  • Um estudo da Simon-Kucher revelou que, apesar da previsão de crescimento nas compras de fim de ano, “os consumidores não procuram uma estratégia de descontos genérica: procuram promoções que façam sentido.”
  • Segundo o DHL eCommerce 2025 Trends Report, apenas 50% dos compradores confiam “completamente ou em grande parte” nas ofertas das marcas durante essa época.

Descontos previsíveis, mensagens repetidas e desconfiança crescente. O resultado? Marcas que baixam preços, mas também o seu valor percebido

 

O que as marcas estão a mudar (e porque devem)

Se os grandes descontos já não bastam, o que é que faz a diferença? Estas são as três grandes mudanças de mentalidade que estão a marcar a Black Friday de 2025:

  1. Valor em vez de preço

As marcas que se destacam não apenas baixam o preço, comunicam valor. Qualidade, durabilidade, serviço, propósito. A Simon-Kucher destaca que os consumidores estão focados em “qualidade e valor em vez do preço”. Isso traduz-se em campanhas que oferecem algo mais: brindes úteis, prolongamento de garantias, produtos com impacto positivo ou storytelling que dá sentido à compra.

  1. Transparência e credibilidade

Os consumidores sabem comparar preços. O que nem todos sabem é identificar valor real  e é aqui que entra a transparência.
A DHL reporta que apenas metade dos compradores confia plenamente nas ofertas da Black Friday. A diferença está em mostrar preços anteriores reais, comunicar condições sem letras pequenas e usar vozes autênticas (clientes ou criadores) para validar a mensagem.

  1. Timing e experiência em vez de “dia único”

O modelo “só na sexta-feira” está a perder força. Hoje, muitas marcas transformam a Black Friday num evento prolongado e experiencial: acesso antecipado para clientes fiéis, lives de e-commerce, storytelling e conteúdo interativo.

Estratégias práticas para a tua marca

Para quem quer fazer diferente (e melhor), aqui ficam 5 ações práticas para preparar a Black Friday de forma mais consciente e relevante:

  1. Define o que é valor para o teu cliente.
    O teu público valoriza preço, sustentabilidade, rapidez, exclusividade? Alinha a tua comunicação com isso.

  2. Comunica com honestidade.
    Mostra “antes” e “agora” reais. Esquece os falsos 70% de desconto. A confiança vale mais que o clique impulsivo.

  3. Segmenta e recompensa a fidelidade.
    Em vez de descontos massivos, cria vantagens para quem já é cliente: early access, bundles exclusivos ou experiências únicas.

  4. Investe em conteúdo, não apenas em anúncios.
    A Black Friday também é uma oportunidade de storytelling: mostra bastidores, causas, valores e pessoas por trás da marca.

  5. Mede impacto, não apenas volume.
    Não contes só quantas vendas fizeste, analisa quantos novos clientes ficaram, como evoluiu a margem e quanto cresceu a confiança.

 

E se a tua marca for premium?

Para marcas posicionadas em gamas médias ou altas, a Black Friday pode ser um risco. Um desconto mal comunicado pode diluir o prestígio.
Segundo a Vogue Business, várias marcas de luxo já optam por “rebranding da Black Friday”: edições limitadas, experiências exclusivas, personalização ou benefícios de longo prazo.
Se o teu público valoriza exclusividade, mostra-lhe isso, não cortes preço, aumenta o valor percebido.

 

A Black Friday já não é sobre quanto consegues baixar o preço, mas sobre quanto sentido faz a tua marca nesta altura do ano.
As promoções continuam a atrair, mas é a autenticidade que fideliza.
Porque o consumidor mudou e as marcas que entendem isso vão sair do barulho dos 70% off para entrar na conversa certa: a que fala de valor, confiança e propósito.

 

 

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Margarida Fernandes

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