Como Comunicar com a Geração Z: Será o TikTok o novo Google?

Durante vários anos, a pergunta “como chegar ao meu público?” tinha respostas mais ou menos previsíveis: estar presente nos media certos, com mensagens impactantes e, uma boa dose de criatividade. Mas tudo muda quando o teu público começa a usar o TikTok como motor de busca. Literalmente.
Com o TikTok a assumir o papel de novo Google para milhões de jovens, perceber como falar a sua língua e adaptar a comunicação a este universo digital é essencial para qualquer marca que queira captar a atenção e criar impacto com os consumidores mais jovens. Neste artigo d’O Raio do Blog, vamos explorar como comunicar eficazmente com a Geração Z, a geração que está a revolucionar a forma como consumimos e descobrimos informação.
TikTok como motor de descoberta: uma mudança de paradigma
A Geração Z vai ao TikTok para procurar:
- Restaurantes perto de si (ex: “melhores brunches no Porto”);
- Dicas de skincare, moda ou lifestyle;
- Ferramentas de produtividade;
- Explicações de temas complexos (política, IA, saúde mental).
Uma pesquisa revelou que 64% da Geração Z utiliza o TikTok como motor de busca e, cerca de 10% prefere esta rede social para procurar informações. Qual o significado desta informação para as marcas? Se não tens presença no Tik Tok, não estás presente na jornada de descoberta do teu público.
Como consomem conteúdo?
- Scroll rápido, mas com foco profundo: a atenção é volátil, focam-se em poucos conteúdos, mas que consigam captar-lhes a atenção.
- Valorizam autenticidade acima de tudo: preferem ver um cliente real a usar um produto, do que um anúncio com atores.
- Narrativas visuais e diretas: quanto mais emocional, honesto e visual for o conteúdo, melhor.
Como conversar com esta geração?
Compreender a linguagem jovem não é “ser forçado”, é demonstrar escuta ativa e as marcas que querem comunicar com esta geração precisam mesmo de aprender certos termos e expressões! Termos como no cap (sem mentiras), sus (suspeito), glow up (transformação positiva), cheugy (fora de moda) fazem parte da construção cultural da Gen Z. É verdade, existe todo um dicionário de palavras que moldam estes consumidores e se quiseres fazer parte da conversa precisas mesmo de os entender. Não significa que deves fingir que tens 19 anos. Mas significa que deves ser fluente na cultura digital e adaptar a tua comunicação sem parecer um tio no TikTok!
- Cria Conteúdo Nativo para o TikTok:
Não transformes o teu anúncio de TV num vídeo vertical. Cria conteúdo pensado de raiz para a plataforma.
– Testemunhos reais: “Usei este produto durante 7 dias. Eis o que aconteceu.”
– Antes e depois (glow up).
– Dicas, mini tutoriais ou “hacks” rápidos.
- Aposta em microinfluenciadores e audiências mais pequenas: A Gen Z confia mais em criadores com 5.000 seguidores genuínos do que em celebridades com milhões. Parcerias com microinfluencers que falam de nichos (moda em segunda mão, livros, gadgets, alimentação plant-based) são a chave.
- Oferece Valor em 10 Segundos ou Menos: “Queres parecer confiante numa entrevista? Esta é a 1ª coisa que deves dizer (e não é o teu nome).”
Exemplo de estrutura para TikTok:
- [0-2s] Hook visual + pergunta
- [3-7s] Contexto + storytelling
- [8-10s] Chamada à ação (testa, comenta, partilha)
Caso de Sucesso
A Ryanair no TikTok é um estudo de caso: memes, humor autodepreciativo, colagens absurdas, tudo o que não esperavas de uma companhia aérea.
E o resultado? Milhões de visualizações. Alcance orgânico surreal. Brand awareness entre um público jovem que, um dia, será o cliente de negócios. Porquê? Porque entenderam que a conversa já não acontece no aeroporto. Acontece no feed.
O que evitar (erros clássicos das marcas)
- Usar gírias sem contexto: “no cap” fora de contexto é cringe. 😉
- Vídeos de stock com voz robótica: já não enganam ninguém.
- Fazer campanha “para jovens” sem jovens envolvidos: inclui Gen Z na tua equipa criativa ou, no mínimo, testa com eles.
Se queres atenção da Gen Z, fala como eles, onde eles estão. Não basta saber que a Geração Z está no TikTok. É preciso perceber porquê, como e o que esperam das marcas. Mais do que aparecer lá, o desafio é pertencer à conversa. E isso implica presença, contexto, humor, e sobretudo valor real. No final do dia, a Gen Z não rejeita marcas. Rejeita ruído. Se conseguires ser útil, autêntico e criativo, o algoritmo e, a atenção deles, estará do teu lado.
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Margarida Fernandes
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