Algoritmos de humor: Como o sarcasmo está a vender mais do que o storytelling

Em 2025, o marketing digital está a passar por uma transformação significativa. As marcas estão a adotar o humor, especialmente o sarcasmo e a autoironia, como ferramentas eficazes para se conectarem com o público. No novo artigo d’O Raio do Blog, explorámos como o humor está a superar o storytelling tradicional na criação de campanhas de marketing bem-sucedidas.
É o Fim do Storytelling Tradicional?
Durante anos, o storytelling foi a espinha dorsal das campanhas de marketing. As marcas contavam histórias emocionantes para criar uma ligação com o público. No entanto, com a saturação de conteúdos e a crescente desconfiança dos consumidores, essa abordagem começou a perder eficácia.
Segundo um estudo da Brinfer, o investimento em marketing de influência em Portugal atingiu os 63 milhões em 2024, com um aumento significativo na utilização de vídeos curtos e autênticos por microinfluenciadores. Isso indica uma mudança na preferência do público por conteúdos mais genuínos e menos roteirizados.
O Humor como Ferramenta de Conexão
Licor Beirão: “Temos Candidato”
A marca portuguesa Licor Beirão lançou uma campanha humorística intitulada “Temos Candidato”, brincando com a candidatura de Marques Mendes à Presidência da República. A campanha utilizou a estatura do candidato como ponto de partida para transmitir uma mensagem divertida: “O Beirão não se mede aos palmos, é aos centilitros”. Esta abordagem irreverente gerou repercussão nas redes sociais, destacando a marca no mercado português.

Betclic: “2025 Vai Ser um Anão”
A Betclic lançou uma campanha protagonizada por Miguel Monteiro, medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de 2024, com o slogan “2025 vai ser um anão”. A campanha utilizou humor e criatividade para transmitir a mensagem, destacando-se pela originalidade e impacto.

Control: “Dia de Meter lá dentro”
A Control tem adotado uma estratégia de comunicação que combina humor sedutor e subtil, utilizando as redes sociais como principal canal de divulgação. Esta abordagem visa desmistificar tabus associados à sexualidade, promovendo uma imagem de marca próxima e irreverente. Além disso, a Control tem aproveitado eventos e efemérides para criar campanhas criativas e provocadoras. Um exemplo disso é uma publicação nas redes sociais para apelar ao voto para as eleições Legislativas, que decorram no passado dia 18 de Maio. Através o humor, a Control consegue adaptar a sua comunicação ao mesmo tempo que trabalham a notoriedade da marca. E que notoriedade!

Ryanair: “Bom dia aos passageiros que não viajam com calças de ganga”
A companhia de aviação lowcost utiliza as redes sociais para comunicar diretamente com os clientes, através de uma comunicação sarcástica, que não hesita em brincar com as limitações do seu próprio serviço. Esta abordagem tem gerado uma forte ligação com o público, que valoriza a autenticidade e o humor da marca, para relativizar situações de críticas, comentários negativos ou até mesmo situações do dia-a-dia da aviação. A comunicação e o tom de voz de marca é bastante informal, criando aproximação com os clientes.


O uso do humor não só aumenta a interação do público, com comentários nas publicações e partilhas nas redes sociais, mas também tem um impacto direto nas vendas. Campanhas que incorporam humor e sarcasmo tendem a ser mais partilhadas, aumentando a visibilidade da marca e, consequentemente, as conversões.
Num mundo saturado de conteúdos, o humor emerge como uma estratégia poderosa para as marcas. Claro que, nem todas as marcas podem comunicar da mesma forma e devem medir o “nível de humor” das suas campanhas. Lembram-se de quando a Primor, marca de perfumes espanhola, enviou uma newsletter aos clientes com a frase “**” o dia mais triste do ano, a Blue Monday?

Nem todos aceitaram esta campanha por “passar das marcas” e questionaram qual o limite aceitável de humor e agressividade no mundo da publicidade. Segundo a marca, as vendas dispararam nesse dia e, como tal, o objetivo foi cumprido: chamar a atenção dos consumidores. Cá entre nós, a publicação foi retirada das redes sociais e há quem diga que existem algumas críticas. Na dúvida, sejam engraçados de forma controlada.
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Margarida Fernandes
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