Marketing ou Bruxaria? As campanhas de Hallowen que nos deixaram mais arrepiados

Marketing ou Bruxaria? As campanhas de Hallowen que nos deixaram mais arrepiados

Halloween é uma oportunidade sazonal onde o design gráfico e o marketing convergem com uma clarividência rara: tudo gira à volta de atmosfera, surpresa e imagem.

No espaço de algumas semanas podes transformar um produto banal numa peça colecionável, um espaço doméstico numa experiência imersiva ou uma simples etiqueta numa história que as pessoas partilham no Instagram.

Heinz - Tomato Blood

Há ideias que parecem óbvias depois de alguém as ter feito e chamar sangue ao ketchup é uma delas. A marca Heinz pegou no seu produto banal e transformou-o num símbolo do Halloween. A edição limitada de “Tomato Blood” trazia um rótulo sangrento, cores saturadas e um um acabamento em UV, que brilhava no escuro e dava vida à embalagem. Mas o que realmente vendeu a ideia foi a história que veio junto: Toby, o vampiro vegetariano que escolheu Heinz em vez de sangue humano.

A narrativa expandiu-se pelas redes sociais, ganhou um tom humorístico e acabou por transformar o ketchup num objeto de culto entre colecionadores. É o tipo de campanha que prova que design e storytelling podem transformar um simples frasco num ícone pop.

Isto funciona porque:

  • Tem conceito visual e narrativa coerente: não é só um rótulo bonito, é uma personagem com propósito.

  • O packaging é a campanha — não depende de anúncios para contar a história.

  • Usa o humor para tornar o grotesco apetecível.

  • O produto é partilhável: perfeito para Instagram e TikTok.

IKEA - Monsters Not Included

Enquanto a Heinz se diverte com o lado teatral do Halloween, a IKEA segue o caminho oposto: o da subtileza. A campanha Monsters Not Included transforma o medo infantil dos monstros escondidos debaixo da cama num argumento de marca. Os vídeos começam como uma história de terror – sombras, sons, suspense – e terminam num cenário acolhedor, com móveis iluminados e o conforto habitual da marca sueca.

O equilíbrio entre medo e tranquilidade é o que dá força ao conceito. A estética é cinematográfica, quase minimalista, com uma paleta escura cortada por pontos de luz cálida. O design é controlado ao milímetro, como se o próprio layout da casa fosse o antídoto contra o medo.

Numa outra campanha, até usaram os próprios produtos para projetarem sombras na parede, de forma a se assemelharem a monstros, aranhas ou fantasmas.

Isto funciona porque:

  • Baseia-se num insight emocional universal (o medo de criança) e dá-lhe uma leitura positiva.

  • A produção visual é refinada, sem cair no cliché.

  • A mensagem do produto está no centro – segurança e conforto em casa.

  • É uma campanha global com alma local, porque cada país se revê no mesmo medo.

Oreo Portugal - Desafios spooky!

A Oreo Portugal provou que não é preciso reinventar a roda para fazer uma boa campanha de Halloween. Bastou uma edição limitada de bolachas com recheio laranja, embalagem com teias de aranha, e um desafio nas redes sociais.

Aqui o design fala alto: o contraste entre o preto da bolacha e o laranja do recheio é visualmente poderoso, e a embalagem joga com isso. É simples, apetecível e totalmente “instagramável”.

O #Oreohalloweenchallenge convidava os consumidores a mostrar o seu “lado mais assustador”, transformando o produto em adereço de fantasia, ingredientes de receitas e protagonista de stories. Esta campanha foi promovida convidando alguns influencers também influencers do mundo da culinária, para partilharem as suas próprias receitas. Além disso, em parceria com a Fox (agora Star), ofereciam convites convites para o famoso evento “Fox Horror Stories Halloween Party”.

Porque funciona:

  • O produto já tem apelo visual — o design amplifica-o.

  • Liga o packaging à ação social, criando coerência.

  • É uma estratégia escalável num mercado pequeno como Portugal.

  • Incentiva o conteúdo gerado pelos utilizadores, multiplicando o alcance.

Burger King - Menus Aterrorizadores

Nos EUA, o Burger King tem vindo a fazer o que sabe melhor, exagerar com estilo nos hambúrgueres e menus de Halloween diferentes todos os anos. Desde o Nightmare King, o Ghost Pepper Whopper, ao menu inspirado na família Addams no ano passado, que trouxe embalagens roxas, pão colorido e naming divertido.

É o tipo de campanha que vive da irreverência visual – o design é gritante, cheio de contrastes e humor negro. O mérito está na consistência: tudo, desde o guardanapo à app, falava a mesma linguagem sombria e cómica.

Este ano, porém, não se deixaram ficar para trás com o “Monster Menu” de edição limitada. O pão do hambúrguer é laranja, fazendo referência às Jack-O-Lanterns, mozarella sticks mumificadas, nuggets com formas de morcegos ou dentes de vampiro, e ainda temos direito a um gelado com elementos roxos e verdes, bem dentro da temática de Halloween

Porque funciona:

  • O produto já tem apelo visual — o design amplifica-o.

  • Liga o packaging à ação social, criando coerência.

  • É uma estratégia escalável num mercado pequeno como Portugal.

  • Incentiva o conteúdo gerado pelos utilizadores, multiplicando o alcance.

O Halloween é uma oportunidade sazonal onde o design gráfico e o marketing convergem com uma clarividência rara: tudo gira à volta de atmosfera, surpresa e imagem.

No espaço de algumas semanas podes transformar um produto banal numa peça colecionável, um espaço doméstico numa experiência imersiva ou uma simples etiqueta numa história que as pessoas partilham no Instagram.

E tu, o que achaste destas campanhas de Halloween?

Vamos pôr esta equipa –  Estratégia, Branding e Design  – a trabalhar para a tua marca?

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Tiago Oliveira

Designer

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